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1 mês atrás

Como o manejo de dejetos bovinos pode garantir sustentabilidade e rentabilidade nas propriedades rurais?

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A gestão dos dejetos na cadeia de produção de leite representa um desafio significativo para o pecuarista. Ao identificar a solução adequada para lidar com o excesso de resíduos gerados pelo gado, o produtor pode minimizar dificuldades e aumentar a eficiência de sua propriedade. Esse tema foi debatido pelo zootecnista Alexandre Gallucci Toloi durante o segundo dia do 13º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL), na manhã desta quarta-feira (6). O evento, promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet), segue até quinta-feira (7), no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC).

Especializado em Manejo de Dejetos, Toloi contou que trabalha com sistemas de manejo de efluentes desde 2009, mas que ainda são poucas as fazendas que se preocupam em trabalhar adequadamente com isso, pois não conseguem resultados financeiros positivos nesse aspecto, em parte devido à falta de pressão política e ambiental.

Diante disso, sua explanação tem como objetivo trazer informações para que os produtores possam enxergar o manejo de dejetos como uma oportunidade dentro da propriedade, seja ela pequena, média ou grande. “É uma chance de utilizar essa matéria-prima gerada pela produção de leite dos animais de forma viável”, afirmou.

A fim de contextualização, Toloi abordou o que precisa ser observado nos efluentes de suínos e bovinos e as diferenças em suas composições. Segundo ele, o efluente suíno, por exemplo, tem maior quantidade de sódio, devido à sua dieta, enquanto o bovino é mais rico em fibras. Essa diferença influencia a rotina de manejo e a eficiência do aproveitamento desses nutrientes, seja para bioenergia ou para o enriquecimento do solo.

Entre os benefícios do uso racional e adequado dos dejetos para a cultura e o meio ambiente, o palestrante citou a estruturação do solo, a reposição de matéria orgânica, uma melhor produtividade nas lavouras, disponibilidade do material na própria fazenda, matéria-prima de origem controlada e a produção de biogás/energia limpa.

Ainda, como diferentes formas de uso, mencionou a produção de bioenergia com biodigestores e a reutilização da matéria orgânica para a cama das vacas, em sistemas como compost barn ou free stall, além da reutilização para irrigação das culturas.

“No entanto, o potencial do dejeto dependerá das características dos fertilizantes (N, P, K e matéria orgânica) e também das necessidades da cultura e do solo, assim como de várias decisões quanto ao gerenciamento dos dejetos”, apontou. Outro ponto a considerar, segundo Toloi, é que, ao pensar na expansão de uma fazenda, especialmente em um local com pequenas propriedades, o manejo de efluentes pode ser um fator limitante. “Isso porque a criação em sistemas confinados, como barracões, exige um planejamento maior para a coleta e o manejo dos dejetos, já que a quantidade de efluente aumenta proporcionalmente”.

POR ONDE COMEÇAR?

Toloi relatou acreditar que o primeiro passo para o produtor implantar o manejo de dejetos é definir o seu motivo principal. “Por exemplo, ele pode querer manejar efluentes para reutilizar a matéria orgânica na cama dos animais. A partir dessa definição, é possível planejar e dimensionar adequadamente os investimentos necessários, para que o objetivo seja bem atendido. Então, o ponto inicial é o objetivo do produtor: para que ele quer fazer isso?”, explicou. Em sua visão, não pode ser apenas um apelo ambiental, embora esse também seja um fator importante. “É essencial que o produtor tenha claro qual o benefício e os resultados esperados. Mesmo que, no início, o benefício financeiro não seja evidente, ele surge rapidamente se o manejo for bem feito”, evidenciou Toloi.

SOBRE O SBSBL

O evento é promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet), com apoio da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Santa Catarina (CRMV-SC), da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), da Prefeitura de Chapecó e da Sociedade Catarinense de Medicina Veterinária (Somevesc).

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